A importância das trocas das fresas de implantes
O uso excessivo repetido de fresas de implantes, está associado à diminuição da eficiência do corte e ao aumento do desgaste, resultando em elevação da temperatura na fresagem dos implantes (Fig. 1). A geração excessiva de calor causada por fresas desgastadas pode resultar em aumento do dano tecidual, influenciando as taxas de insucesso dos implantes.
Figura 1 – Temperatura limite de 47OC não deve ser ultrapassada. O limite não é ultrapassado quando se utiliza fresas eficientes e irrigação abundante.
Os procedimentos de esterilização também afetam a eficiência do corte. A esterilização em autoclave de fresas de implantes resulta em maior resistência à rotação, redução no poder de corte e corrosão da superfície.1, 2, 3 O suposto impacto da reutilização excessiva de fresas associada aos ciclos de esterilização no desempenho das mesmas a longo prazo, foi bastante descrito.1, 2, 3, 5, 6, 7
Fresas de aço inoxidável têm sido amplamente utilizadas para fresagem de implantes dentários, são muito eficientes e reutilizáveis. Entretanto, o uso repetido dessas fresas aumenta progressivamente o desgaste, reduzindo a eficiência de corte e aumentando a geração de calor por fricção.1
O uso da fresa lança para romper o osso cortical reduz os esforços mecânicos, contribuindo para a redução do desgaste da superfície das fresas subsequentes. De fato, a intensidade da geração de calor está diretamente associada à quantidade de osso removido durante a fresagem. E o uso de fresas com diâmetros escalonados está relacionado à redução da pressão e geração de calor durante a fresagem, preservando a eficiência de corte por períodos mais longos.2
A deformação, a rugosidade e a perda de massa, estão diretamente relacionadas à longevidade das fresas, que está associada à geração de calor.14 Alguns estudos avaliaram a geração de calor nos sítios ósseos, comparando o desempenho de fresas de aço e cerâmicas.4,8 Com perfuração de profundidades de 6 e 9 mm, não foram detectadas diferenças estatísticas.4 Além disso, não foram observadas diferenças na geração de calor com fresas de aço inoxidável e cerâmicas durante os procedimentos de perfuração a 13 mm de profundidade, o material da broca pareceu não desempenhar nenhum papel particular.8
Os procedimentos de esterilização também é um fator importante a ser considerado, uma vez que o vapor d’água aumenta o processo de degradação.3 A esterilização em autoclave pode contribuir para o aumento da rugosidade, que está relacionada ao aumento da suscetibilidade à microfratura.9 A esterilização também pode resultar em corrosão,7, 10 redução na eficiência de corte,10, 11 e deformação na região afiada.12
Deformações são sempre detectadas nas bordas cortantes das fresas após múltiplas fresagens (Fig. 2). A perda de corte das fresas sempre ocorre, mas até a 20a perfuração as brocas ainda estão eficientes e a partir deste ponto começam a perder a eficiência, ficando crítica a partir da 35 a perfuração.13
Figura 2 – Imagens de Microscopia Eletrônica de Varredura de fresas antes das perfurações com aumento de 60x (a) e 100x (b), e após 50 utilizações em aumentos de 60x (c) e 100x (d). As setas amarelas indicam as áreas onde houve maior desgaste nas fresas. (Tamburi AR et al, 2012)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS