Cirurgias alternativas para mandíbula posterior atrófica
Cirurgias alternativas para mandíbula posterior atrófica
Na falta de estrutura óssea adequada na região de mandíbula posterior podemos lançar mão de algumas cirurgias alternativas, como:
- Distração Osteogênica-Processo de neoformação entre 2 blocos de osso cirurgicamente separados, onde após alguns dias é aplicada uma tração contínua, tendo como vantagens o ganho de osso em altura e o crescimento de tecido mole que acompanha o crescimento ósseo. Outra vantagem desta técnica é o curto período de espera para a implantação (cerca de 40 dias após a cirurgia de colocação do distrator). No segmento da mandíbula posterior existe o risco de lesão ao plexo dentário inferior no momento do corte ósseo e também de necrose do bloco ósseo deslocado, devido ao baixo suprimento sanguíneo. Outro fator limitante para a indicação desta técnica é a necessidade mínima de cerca de 7mm de altura de osso entre a cortical e o plexo dentário inferior, para que se possa executar a cirurgia com margem de segurança, sem lesar nenhuma estrutura vital. Na verdade essa cirurgia é mais indicada para região anterior, onde além de um ganho ósseo temos também um ganho de tecido mole, muito importante para a estética.
- Lateralização do Nervo Alveolar Inferior-Técnica cirúrgica que consiste no acesso e deslocamento vestibular do plexo dentário inferior, para que se possa efetuar a perfuracão e instalação de implantes. Nos casos onde o dentário inferior está próximo da base da mandíbula não há indicação da técnica. Como vantagens desta técnica podemos citar: colocação dos implantes no mesmo ato cirúrgico, colocação de implantes longos e bicorticalizados, não necessita de área doadora ou qualquer material de enxertia e não necessita de nenhum aparato de fixação ou distrator, dessa maneira o custo da cirurgia fica reduzido. Como desvantagens temos: pouca aceitação dos pacientes quando esclarecidos sobre os riscos da cirurgia, alteração sensorial na região de lábio inferior e mento, que pode variar desde uma parestesia temporária até a perda permanente de sensibilidade e tratamento complementar com laserterapia que pode, em alguns casos, ser bastante demorado. O desconforto devido à parestesia pode ser amenizado quando se usa motor piezoelétrico, pois este não corta tecido mole, preservando o plexo dentário inferior, além do risco de secção do nervo alveolar inferior ser totalmente descartado. Outro fator importante na dimunição do tempo de parestesia é a utilização de laserterapia no trans e pós- operatório fundamental neste tipo de cirurgia.
- Enxerto ósseo em bloco-Fixação de um bloco ósseo (autógeno ou heterógeno) para ganho em altura. Nesta técnica a maior dificuldade é conseguir a manutenção do tecido mole que recobre o osso enxertado. É muito comum a deiscência de sutura no pós-operatório, deixando desta maneira o osso exposto ao meio bucal, levando na maioria das vezes à perda total do bloco. Poderá também ocorrer grande reabsorção do osso enxertado ou até a perda total por uma deficiência do suprimento sanguíneo. Outro fator relevante quando se faz opção por osso autógeno é o fato de, em alguns casos, atuar em duas áreas cirúrgicas, aumentando desta maneira a morbidade. Outro fator a ser avaliado nas cirurgias de Distração e Enxerto em bloco é o espaço protético na região, pois se o mesmo for limitado o ganho de osso poderá deixar um espaço insuficiente para a reabilitação protética.
No próximo artigo falaremos de implantes curtos, que na maioria das vezes pode ser a solução para a reabilitação em mandíbula posterior.
Referências bibliográficas:
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