Pilar angulado Stretto em implante imediato de diâmetro reduzido em área estética: relato de caso

Matéria da semana Tárcio Skiba

Pilar angulado Stretto em implante imediato de diâmetro reduzido em área estética: relato de caso

Por Renata Tarocchi Bernardo Bordignon, Lucas Lima, Lucas Carvalho, Bruno Costa Martins de Sá, Tárcio Hiroshi Ishimine Skiba

Cada vez mais tem aumentado o número de pacientes que buscam tratamentos com implantes dentários1, sendo que na maioria das vezes o paciente não busca apenas resultados funcionais, mas também estéticos. O padrão social de sorriso tem se tornado mais elevado e a perda de um elemento dentário pode trazer transtornos e acarretar em abalos psicológicos na vida profissional e pessoal do indivíduo. Sendo assim, é um grande desafio reabilitar pacientes com implantes dentários buscando promover um equilíbrio harmonioso entre o funcional e o estético2, bem como o reestabelecimento da autoestima3.

A carga imediata nos implantes vem sendo uma das alternativas modernas para reabilitar perdas parciais ou total de dentes, fazendo com que os implantes recebam carga mastigatória antes do processo de osseointegração4. Diferentemente da carga imediata, o termo provisionalização imediata, também conhecido como estética imediata, se refere à imediata instalação de provisórios em implantes recém-instalados, porém em infraoclusão (sem a função mastigatória própriamente dita).

Vários estudos têm apontado que a perda de dentes anteriores, seja por lesão cariosa ou traumas, está presente em peso nas diversas faixas etárias e, apesar das limitações para instalação de implantes imediatos de diâmetro reduzido nesses alvéolos em região anterior de maxila, a utilização de tal abordagem vem aumentando cada vez mais, bem como a previsibilidade de tal procedimento5-7.

Um fator que tem favorecido a reabilitação estética é a escolha adequada da conexão do implante. Dentre os disponíveis no mercado, um tem se destacado e ganhado cada vez mais espaço: o de conexão do tipo cone morse8, por apresentar fatores biomecânicos mais favoráveis para reabilitações em áreas estéticas.

A escolha correta do pilar intermediário é fundamental em uma reabilitação estético/funcional satisfatória, e quando a área a ser implantada é em região de alvéolo pós-extração de incisivos superiores, na grande maioria dos casos a saída do parafuso tende a ser em áreas incisais ou vestibular, devido ao posicionamento anatômico do osso. A utilização de pilares angulados permite trabalhar com próteses aparafusadas, compensando a angulação vestibularizada do implante.

Este trabalho tem como objetivo apresentar um relato de caso clínico da exodontia minimamente invasiva de um incisivo lateral superior com fratura radicular, implante imediato em alvéolo pós-extração, enxerto de tecido conjuntivo subepitelial e substituto ósseo para preenchimento de GAP, bem como instalação de pilar angulado e provisório imediato.

Relato de Caso

Figura 1 – Aspecto inicial e imgem tomográfica evidenciando o posicionamento do implante obrigatoriamente vestibularizado, bem como a necessidade de utilização de diâmetro reduzido.
Figura 2 – Preparo do leito receptor de enxerto de tecido conjuntivo.
Figura 3 – Sequência da inserção da micro lâmina para tunelização.
Figura 4 – Exodontia minimamente invasiva com periótomo.
Figura 5 – Fresagem com fresa lança 1.7mm – Kit Stretto.
Figura 6 – Fresagem com fresa escalonada 1.7-2.7mm.
Figura 7 – Sequência de preparo: tunelização, frase lança e escalonada 1.7-2.7.
Figura 8 – Instalação do implante Stretto de 3.0x13mm.
Figura 9 – Torque de inserção 32N.
Figura 10 – Instalação de pilar angulado Stretto de 3.0×3,5×2,5 angulado em 20 graus.
Figura 11 – Sequência de instalação: chave de inserção evidenciando o posicionamento vestibularizado, instalação do pilar e após a instalação do pilar, ainda com as chaves em posição mostrando a correção da angulação.
Figura 12 – Vista oclusal do pilar instalado ainda com as chaves em posição, mostrando a correção da angulação
Figura 13 – Instalação da coifa de titânio para coroa provisória aparafusada – vista lateral.
Figura 14 – Instalação da coifa de titânio para coroa provisória aparafusada -vista vestibular.
Figura 15 – Adaptação da prótese provisória prototipada impressa.
Figura 16 – Sequência de encaixe da prótese provisória.
Figura 17 – Captura da coifa de titânio na coroa provisória com resina Flow.
Figura 18 – Remoção do conjunto: coifa de titânio e prótese provisória.
Figura 19 – Finalização da prótese provisória – vista vestibular.
Figura 20 – Finalização da prótese provisória – vista lateral.
Figura 21 – Instalação do transfer digital do pilar Stretto para futura confecção de cerâmica definitiva sem a necessidade de remoção da prótese provisória.
Figura 22 – Transfer digital do pilar Stretto sendo escaneado com Dexis IS 3800.
Figura 23 – Coleta de enxerto de tecido conjuntivo da região de túber.
Figura 24 – Enxerto de tecido conjuntivo posicionado.
Figura 25 – Instalação da coroa provisória com BlueM.
Figura 26 – Coroa provisória instalada (torque de 10N).
Figura 27 – Vista oclusal do pilar angulado Stretto instalado e após o aparafusamento da prótese provisória
Figura 28 – Sequência de imagens: instalação do implante Stretto, instalação do pilar angulado Stretto, instalação da coroa provisória aparafusada.
Figura 29 – Sequência de imagens: instalação do implante Stretto, enxerto de tecido conjuntivo, enxerto com substituto ósseo Extra Graft e coroa provisória impressa aparafusada.

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