Reabilitação com implantes através de Cirurgia Guiada Prototipada – Relato Clínico

Reabilitação com implantes através de Cirurgia Guiada Prototipada – Relato Clínico

Por Thayane Furtado, Paulo Bernardo Gambogi e Thales Oliveira

O guia cirúrgico é um instrumento odontológico que auxilia o implantodontista tanto no momento da cirurgia, quanto na resolução protética, uma vez que existe uma ótima previsibilidade do resultado final. Balshi e colaboradores, em 2006, definiam a Cirurgia Guiada como técnica que permite a definição do posicionamento dos implantes em um modelo virtual e a transferência deste planejamento para a cirurgia.

Além de auxiliar o cirurgião-dentista, o guia cirúrgico é muito benéfico ao paciente também, uma vez que possibilita uma cirurgia sem grandes incisões e descolamentos, evitando inchaços, edemas e equimoses.

O relato a seguir, trata-se de uma paciente do sexo feminino, 56 anos, e com um histórico de traumas odontológicos. Após anamnese, exames clinicos e tomográficos favoráveis, fizemos um escaneamento intraoral para confecção de uma guia prototipada.

Os arquivos DICOM, obtidos com a tomografia computadorizada, e o STL do escaneamento foram então enviados para um laboratório de planejamento e impressão de guias (Centro de Planejamento Odontoplanning). Após confeccionada, a guia cirúrgica é enviada ao CD junto de um protocolo cirúrgico, orientando sobre as medidas dos implantes e como as perfurações serão realizadas.


Como existiam dentes para dar suporta e sustentação a guia, cria-se uma janela para conferir o posicionamento. Na foto podemos ver a intima relação e adaptação dos incisivos com a guia. Além dos dentes anteriores, a guia também se apoiou em um molar posterior.

Após a guia posicionada e a paciente anestesiada, iniciamos as perfurações seguindo o protocolo cedido pelo laboratório. Observa-se que o kit cirúrgico de brocas para perfuração e instalação de implantes com guias são especiais, não podendo utilizar o mesmo que usamos para implantes convencionais. As brocas de cirurgia guiada têm marcações e medidas diferentes, enquanto que nas cirurgias sem guias, utilizamos, geralmente, o nível ósseo como parâmetro para medir a profundidade do implante. Na Cirurgia Guiada, utilizamos a anilha da guia.Para as perfurações iniciais, uma vez que a medida do diâmetro da anilha do guia é maior que o diâmetro da broca, utilizamos um adaptador sobre a anilha, afim de permitir que a broca entre justa, como podemos notar na foto acima.

Assim que as perfurações foram realizadas, é importante utilizar a sonda exploradora, que acompanha o kit, para checar se todas as paredes ósseas estão integras. Aí, então, o redutor de diâmetro foi removido e os implantes foram instalados ainda com a guia em posição.


Após instalação de todos os implantes, a guia foi então removida, os implantes devidamente tampados e a paciente orientada sobre o pós-operatório.


Como podemos ver nas fotos, o acesso para a instalação dos implantes é muito pequeno, o que possibilitou a paciente ter um pós-operatório sem dor e edemas.

A realização de cirurgias com guias prototipadas deve ser considerada um grande aliado do dentista, e sempre que possível, utilizadas, pois ela não só torna muito mais previsível a reabilitação protética, como diminui o tempo cirúrgico, reduz a possibilidade de erros, e torna a cirurgia muito menos desconfortável ao paciente.

Referências:

1 – Balshi SF, Wolfinger GJ, Balshi TJ. Surgical planning and prosthesis construction using computer technology and medical imaging for immediate loading of implants in the pterygomaxillary region. Int J Periodont Rest Dent 2006;26:239–47.

2 – Parel SM, Triplett RG. Interactive imaging for implant planning, placement, and prosthesis construction. J Oral Maxillofac Surg 2004;9:41–7.

3 – Muerer MI, Muerer ES, Jorge VB, Ailton N, Luiz Felipe O, Marilia SD. Aquisition and manipulation of computed tomography images of the maxillofacial region for biomedical prototyping. Radiol Bras 2008;41(1):49-54.

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