Por Diego Klee e Elton Facco
As próteses totais implantossuportadas são cada vez mais utilizadas na reabilitação de pacientes edêntulos. Contudo, o tratamento reabilitador de maxilas edêntulas atróficas é considerado um grande desafio na Odontologia. Como alternativa, destacam-se os enxertos ósseos autógenos associados ou não aos biomateriais para aumento vertical e horizontal da maxila, possibilitando a futura instalação de implantes convencionais.
Apesar de amplamente difundida e empregada, esta terapia ainda apresenta altas taxas de complicações pós-operatórias, como deiscências, infecções e reabsorções, além da alta morbidade, tempo de tratamento e custo elevados. Outra possibilidade é o uso de fixações zigomáticas, proposto por P-I Brånemark em 1989. As vantagens destes implantes em comparação aos enxertos ósseos incluem menor tempo de tratamento, morbidade e riscos de infecção. Apesar dos altos índices de sucesso, o grau de dificuldade da realização das técnicas para a instalação de implantes zigomáticos, devido à anatomia complexa da região e às possíveis sequelas pós-cirúrgicas, limita sua prática.
Uma nova abordagem com a ancoragem zigomática para o tratamento de maxilas edêntulas com severa perda óssea, não apresentando suporte ósseo posterior satisfatório para reabilitação com implantes convencionais, é apresentada no presente relato. A técnica Facco consiste na instalação bilateral de implantes Cone Morse convencionais no osso zigomático, associados aos novos pilares Z (Implacil De Bortoli – São Paulo, Brasil), combinados com implantes convencionais na região anterior. O pilar Z tem um design único e versátil, estabelecendo o elo entre o implante no osso zigomático e o rebordo alveolar, com a possibilidade de correções de altura e posicionamento da plataforma protética. A instalação do implante quase paralelo ao osso zigomático aumenta o contato osso / implante.
A técnica é totalmente extrasinusal, independentemente da anatomia do osso zigomático, proporcionando uma abordagem cirúrgica mais segura e menos invasiva, com visibilidade adequada para realizar a perfuração e instalação do implante. Este fator possibilita sua execução na clínica odontológica, evitando a necessidade de internação, tornando-se uma opção mais atrativa e menos onerosa aos pacientes.
Algumas complicações relacionadas à instalação dos implantes zigomáticos, como perfuração do assoalho da órbita, sinusite maxilar, infecção dos tecidos moles ao redor dos implantes e fístula oroantral, entre outras, são drasticamente minimizadas com a técnica Facco. É uma opção reabilitadora que permite a segura reabilitação de maxilas atróficas edêntulas, com carga imediata ou tardia, a partir de procedimentos cirúrgicos e protéticos de fácil execução.
* Este artigo foi publicado na revista ImplantNews em 2023.