Utilização do fio de PTFE Cytoplast em cirurgias de ROG

Utilização do fio de PTFE Cytoplast em cirurgias de ROG

O sucesso em procedimentos cirúrgicos de Regeneração Óssea Guiada (ROG) começa com uma boa anamnese, avaliação pré-cirúrgica meticulosa, planejamento minucioso do caso, seleção adequada de instrumentação cirúrgica e técnica cirúrgica sólida ao utilizar esses instrumentais e materiais.

Um aspecto técnico importante ao se realizar cirurgia de ROG, além da correta manipulação de tecidos moles, liberando a tensão dos retalhos, é o domínio adequado do fechamento da ferida cirúrgica, que deve ser acompanhado da escolha correta do fio de sutura a ser utilizado.

Basicamente, os fios de sutura são classificados em absorvíveis e não absorvíveis. Estes podem ser de origem sintética, animal ou vegetal e ainda subclassificados em multifilamentares ou monofilamentares 1,2.

Estudos demonstram que os fios multifilamentares apresentam maior propensão a colonização bacteriana que os monofilamentares 3,4. Entre os fios monofilamentares, os não absorvíveis sintéticos apresentam menor reação tecidual, reduzindo o risco de infecções 5

Para cirurgias de ROG, necessitamos de um fio com baixo coeficiente de atrito, deslizando facilmente nos tecidos; que possua elasticidade, mantendo sua força tensil; que promova pouca reação tecidual e que seja pouco propenso a colonização bacteriana 1,6.

Portanto, os fios de sutura indicados para a técnica de ROG são os não absorvíveis, monofilamentares. Minha recomendação pessoal, baseada em evidência científica 7,8 e experiência clínica pessoal, é a utilização do fio de sutura de PTFE em cirurgias orais. As figuras 1 e 2 demonstram o aspecto clínico da sutura realizada em um caso de ROG, com o fio Cytoplast. O fio de sutura Cytoplast é um fio monofilamentar de PTFE que possui excelentes características, como:

– biologicamente inerte e quimicamente não reativo;
– pouca propensão a adesão bacteriana;
– baixo coeficiente de atrito;
– excelente visibilidade e manuseio;
– não irrita os tecidos, causando pouco ou nenhum incômodo ao paciente;
– possuem agulha de aço cirúrgico inoxidável da série 300 (considerada padrão ouro) altamente resistente e com excelente penetração tecidual.

Figura 1: Aspecto da sutura, com fio Cytoplast, no ato cirúrgico de ROG em maxila total.

Figura 2: Aspecto da sutura após 15 dias. Observe a ausência de placa bacteriana e a manutenção da tensão e aperto dos nós cirúrgicos.

REFERÊNCIAS
1.
Minozzi F, Bollero P, Unfer V, Dolci A, Galli M. The sutures in dentistry. Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2009 May-Jun;13(3):217-26. PMID: 19673173

2. Silverstein LH, Kurtzman GM. A review of dental suturing for optimal soft-tissue management. Compend Contin Educ Dent. 2005 Mar;26(3):163-6, 169-70; quiz 171, 209. PMID: 15813570

3. Asher, Ran et al. Microbial accumulation on different suture materials following oral surgery: a randomized controlled study. Clin Oral Investig. 2019 Feb;23(2):559-565. doi: 10.1007/s00784-018-2476-0. Epub 2018 May 2. PMID: 29717362

4. Yaman, Deniz et al. Evaluation of Bacterial Colonization and Clinical Properties of Different Suture Materials in Dentoalveoler Surgery. J Oral Maxillofac Surg. 2022 Feb;80(2):313-326. doi: 10.1016/j.joms.2021.09.014. Epub 2021 Sep 21. PMID: 34673005

5. Dragovic, Miroslav et al. Comparison of four different suture matérias in respect to oral wound healing, microbial colonization, tissue reaction and clinical features-randomized clinical study. Clin Oral Investig. 2020 Apr;24(4):1527-1541. doi: 10.1007/s00784-019-03034-4. Epub 2019 Jul 24. PMID: 31342245

6.
Brandt MT, Jenkins WS. Suturing principles for the dentoalveolar surgeon. Dent Clin North Am. 2012 Jan;56(1):281-303, xi. doi: 10.1016/j.cden.2011.08.004. PMID: 22117956

7.
Leknes, Knut N et al. Human gingival tissue reactions to silk and expanded polytetrafluoroethylene sutures. J Periodontol. 2005 Jan;76(1):34-42. doi: 10.1902/jop.2005.76.1.34. PMID: 15830635

8.
Yaman, Deniz et al. “Evaluation of Bacterial Colonization and Clinical Properties of Different Suture Materials in Dentoalveoler Surgery.” Journal of oral and maxillofacial surgery : official journal of the American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons vol. 80,2 (2022): 313-326. doi:10.1016/j.joms.2021.09.014

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