Reabilitação anterior de maxila parcialmente atrófica com membrana Cytoplast com reforço de titânio e implantes do tipo Cone Morse Maestro

Reabilitação anterior de maxila parcialmente atrófica com membrana Cytoplast com reforço de titânio e implantes do tipo Cone Morse Maestro

Por Ricardo Elias Jugdar, André Felipe de Miranda Murad e Maria Amélia Calandra Jugdar.

As reabilitações de maxilas atróficas se apresentam como um grande desafio para nós, cirurgiões dentistas, devido a sua alta complexidade, principalmente em defeitos verticais severos > 7 mm. Devido a necessidade da reabilitação com implantes dentários, houve um aumento nas indicações e realizações das regenerações ósseas guiadas (ROG). Com o advento das membranas de politetrafluoretileno denso com reforço de titânio (PTFE-d – Cytoplast), as ROGs se tornaram mais previsíveis devido ao baixo índice de exposição e, consequentemente, contaminação do material de enxertia óssea e pela alta estabilidade proporcionada pela presença do reforço em titânio. O caso clínico a seguir apresentará a reabilitação em uma pré-maxila com atrofia severa no sentido vertical e horizontal, a instalação dos implantes do tipo Cone Morse Maestro, da Implacil De Bortoli, e sua reabilitação protética.

Caso Clínico
Paciente RV, do sexo masculino de 52 anos, compareceu a nossa clínica com queixa estética e funcional dos dentes incisivos centrais superiores. No exame clínico observou-se doença periodontal severa com presença de bolsa periodontal e perda óssea marginal maior do que 7 mm (Figura 1). Foi realizado em nossa escola (Beo – Ensino Odontológico Avançado) uma tomografia computadorizada para melhor planejamento cirúrgico do caso, onde confirmamos a necessidade de regeneração óssea guiada com membrana Cytoplast com reforço de titânio, devido à perda óssea vertical maior do que 7 mm (Figura 2). Após definição do planejamento cirúrgico, foi realizado a exodontia dos incisivos centrais superiores, limpeza cirúrgica da região e osteotomia periférica para melhor preparo do leito receptor do material de enxertia de lenta reabsorção Bio-Oss (Geistlich) e da membrana Cytoplast com reforço de titânio 30 mm X 40 mm (Figuras 3,4 e 5). Após estabilização da membrana, foi realizado a sutura com fio do tipo Cytoplast 3.0 mm devido a sua alta plasticidade, diminuindo o risco de deiscência de sutura (Figura 6).

Após oito meses, foi realizada nova tomografia para análise do ganho ósseo vertical, assim como o planejamento dos implantes do tipo Cone Morse Maestro – Implacil De Bortoli (Figura 7). Foram planejados e realizados dois implantes 3.5 X 11 mm Cone Morse Maestro após remoção da membrana Cytoplast, devido ao ótimo ganho ósseo vertical, evidenciando sucesso da técnica de regeneração óssea guiada (Figuras 8, 9 e 10). Após a espera de apenas três meses devido a qualidade do implante e suas câmaras de cicatrização, o que possibilita uma osseointegração precoce, foram realizadas duas metalocerâmicas parafusadas sobre pilares Ideale reto, da Implacil De Bortoli, devido ao ótimo posicionamento tridimensional (Figuras 11 e 12).

Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Figura 9
Figura 10
Figura 11
Figura 12

Resumo
Sabemos que os defeitos verticais nas maxilas são desafios difíceis na Implantodontia, ficando limitado às opções de tratamento, devido à alta complexibilidade e custo. Porém, a membrana de PTFE-D com reforço de titânio se mostrou eficiente na regeneração óssea guiada em defeitos verticais severos > 7 mm, levando a uma ótima formação óssea, diminuindo também os riscos de complicações devido ao baixo índice de exposição. O paciente se apresenta em ótimo acompanhamento e com estabilidade do conjunto peri-implantar.

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