Comportamento mecânico de cinco implantes e pilares Cone Morse diferentes com diferentes conexões e ângulos internos cônicos: um estudo experimental in vitro

Matéria da semana - Sergio Gehrke

Comportamento mecânico de cinco implantes e pilares Cone Morse diferentes com diferentes conexões e ângulos internos cônicos: um estudo experimental in vitro

Por Claudia Caballero, Fernando Rodriguez, Guillermo Castro Cortellari, Antonio Scarano, Juan Carlos Prados-Frutos, Piedad N. De Aza, Gustavo Vicentis Oliveira Fernandes e Sergio Alexandre Gehrke

Resumo

Objetivos

O presente estudo avaliou o comportamento mecânico de cinco desenhos de conexão Cone Morse (CM) com e sem aplicação de cargas cíclicas. Para isso, foram avaliados o destorque do parafuso de fixação e a força de tração necessária para desconectar o pilar do implante.

Materiais e Métodos

Foram utilizados 100 conjuntos de implantes/pilares (IAs) com conexões tipo CM, compreendendo cinco grupos (n = 20/grupo): (1) Grupo Imp 11.5: conjuntos IA com angulação do cone de 11,5°, Implacil De Bortoli; (2) Grupo SIN 11.5: com angulação do cone de 11,5°, SIN implantes; (3) Grupo SIN 16: com angulação do cone de 16°, SIN implantes; (4) Grupo Neo 16: com angulação do cone de 16°, Neodent implantes; e (5) Grupo Str 15: com angulação do cone de 15°, Straumann implantes. Todos os conjuntos receberam o torque recomendado pelo fabricante. Após a aplicação do torque, foi medido o contra torque dos parafusos de fixação em dez conjuntos IA de cada grupo sem aplicação de cargas cíclicas. As outras dez séries de cada grupo foram submetidas a cargas cíclicas (frequências ≤ 2 Hz, 360.000 ciclos e força a 150 Ncm), após foi medido o contra torque dos parafusos de fixação. Posteriormente, a força para desconexão entre o implante e o pilar foi medida por tração em todas as amostras.

Resultados

O contra torque dos parafusos de fixação do pilar apresentou diminuição em relação ao torque inicial aplicado em todos os grupos. Nas amostras sem cargas, foi encontrado -25,7% no Grupo 1, -30,4% no Grupo 2, -36,8% no Grupo 3, -29,6% no Grupo 4 e -25,7% no Grupo 5. Após as cargas aplicadas, foi encontrado -44% no Grupo 1, -43,5% no Grupo 2, -48,5% no Grupo 3, -47,2% no Grupo 4 e -49,8% no Grupo 5. Os valores para os conjuntos IA foram zero para SIN 16 (Grupo 3) e Neo 16 (Grupo 4), ambos sem e com carga. Nos outros três grupos, sem cargas, o valor de desconexão foi de 56,3 ± 2,21 N (Grupo 1), 30,7 ± 2,00 N (Grupo 2) e 26,0 ± 2,52 N (Grupo 5). Após a aplicação das cargas, os valores foram de 63,5 ± 3,06 N para o Grupo 1, 34,2 ± 2,45 N no Grupo 2 e 23,1 ± 1,29 N no Grupo 5.

Conclusões

Concluiu-se que em termos de comportamento mecânico dos cinco desenhos de conjuntos pilar/implante de Cone Morse, com e sem aplicação de cargas, os grupos Imp 11,5, SIN 11,5 e Str 15 apresentaram melhores resultados em comparação aos grupos SIN 16 e Neo 16, mostrando que valores menores de angulação do cone aumentam o atrito entre as peças (pilar/implante), evitando assim a necessidade de manter o torque do parafuso de fixação para manter a união dos conjuntos.

Considerações clínicas

Os resultados obtidos nesse estudo mostraram que os pilares de Cone Morse com menores angulações oferecem maior estabilidade. A forma interna da conexão, como apresentada pelos implantes da Implacil De Bortoli, com duplo cone (Due Cone), aumentam a fricção entre o pilar e o implante, o que garante uma melhor estabilidade do sistema a longo prazo.

*Este artigo foi publicado no Journal of Functional Biomaterials /MDPI em 2024.

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