Relato do caso clínico
Paciente do sexo feminino, 52 anos, solicitou tratamento devido a aparência insatisfatória dos dentes, além da função mastigatória limitada. O tratamento foi iniciado na região posterior esquerda da mandíbula, a fim de garantir suporte para a futura reabilitação. O exame de tomografia computadorizada revelou altura óssea entre a crista e o canal mandibular insuficiente para colocação de implantes convencionais. Foi planejado a colocação de implantes na região vestibular do canal, com mínima distância do canal propriamente dito.
O protocolo cirúrgico utilizado segue abaixo.
- O paciente deve ser instruído, previamente a cirurgia, a não fazer movimentos bruscos e chamar a atenção dos profissionais, caso qualquer sensação dolorosa ou estranha aconteça.
- Anestesia infiltrativa terminal da zona cirúrgica.
- Neste momento apenas a anestesia infiltrativa é realizada por medida de segurança, para que o paciente possa alertar o profissional da aproximação da broca ou ponta do piezoeletrico ao canal no ato cirúrgico, caso a localização/profundidade do desgaste esteja incorreta.
Incisão no meio da crista óssea estendendo-se da região retro-molar até o último dente remanescente, com incisão relaxante para vestibular, se necessário, na região anterior.
Fig. 1 e 2 Tomografia inicial
Fig 3, 4 e 5 Observar o posicionamento da broca e o posicionamento do implante com a parte cervical voltada para a lingual e o ápice para vestibular, passando do lado do nervo alveolar.
Fig 6 e 7 Posicionamento final dos implantes e sutura
Fig 8 Tomografia final: observar os implantes em relação ao nervo alveolar
Cuidados e considerações pós-cirurgia:
- Terapia com antibióticos, anti-inflamatórios e complexos vitamínicos
- Amoxil BD, 875 mg, a cada 12 horas iniciando 24 horas antes da cirurgia, caso o paciente seja alérgico a penicilina utilizar Clindamicina, 300 mg a cada 6 horas iniciando 24 horas antes da cirurgia. 14 dias para ambos
- Antiinflamatório não esteróide de escolha
- Diprospan, uma ampola. Injetável via intramuscular
- Citoneurim 5000 UI (vitamina B1 + B6 + B12), a cada 8 horas por 10 dias (na presença de sequela sensorial).
- Orientar o paciente a não usar próteses removíveis por 3 semanas.
- Solicitar radiografia panorâmica, logo após a cirurgia, para controle.
- Tempo de espera de 3 meses para carregamento dos implantes.
- Solicitar tomografia computadorizada antes do carregamento dos implantes.
Referências
- Sonick M, Abrahams J, Faiella R. A comparison of the accuracy of periapical, panoramic, and computerized tomographic radiographs in locating the mandibular canal. Int J Oral Maxillofac Implants. 1994(9):455,60.
- Roberts WE, Smith RK, Zilberman Y, Mozsary PG, Smith RS. Osseous adaptation to continuous loading of rigid endosseous implants. Am J Orthod. 1984 Aug;86(2):95-111.
- Seshan H, Konuganti K, Zope S. Piezosurgery in periodontology and oral implantology. Journal of Indian Society of Periodontology. 2009 Sep;13(3):155-6.
- Schaeren S, Jaquiery C, Heberer M, Tolnay M, Vercellotti T, Martin I. Assessment of nerve damage using a novel ultrasonic device for bone cutting. J Oral Maxillofac Surg. 2008 Mar;66(3):593-6.
- Metzger MC, Bormann KH, Schoen R, Gellrich NC, Schmelzeisen R. Inferior alveolar nerve transposition–an in vitro comparison between piezosurgery and conventional bur use. J Oral Implantol. 2006;32(1):19-25.
- Stubinger S, Biermeier K, Bachi B, Ferguson SJ, Sader R, von Rechenberg B. Comparison of Er:YAG laser, piezoelectric, and drill osteotomy for dental implant site preparation: a biomechanical and histological analysis in sheep. Lasers in surgery and medicine. [Comparative Study
Research Support, Non-U.S. Gov’t]. 2010 Sep;42(7):652-61.
- Stacchi C, Vercellotti T, Torelli L, Furlan F, Di Lenarda R. Changes in Implant Stability Using Different Site Preparation Techniques: Twist Drills versus Piezosurgery. A Single-Blinded, Randomized, Controlled Clinical Trial. Clinical implant dentistry and related research. 2011 Apr 19.