Nova abordagem no posicionamento de implantes em incisivos laterais superiores

Matéria da semana Diego Klee

Nova abordagem no posicionamento de implantes em incisivos laterais superiores

Por Diego Klee, Rodrigo Barbosa Lima e Gerson Ulema Ribeiro

As expectativas dos pacientes em relação ao tratamento com implantes mudaram ao longo dos anos, e a estética desempenha um papel importante na definição de sucesso da reabilitação. Os dentes anteriores superiores são, indiscutivelmente, os mais desafiadores para os implantodontistas.

Implantes e coroas cerâmicas nos incisivos laterais superiores representam um desafio especial, mesmo para profissionais experientes. O posicionamento da crista óssea alveolar (COA) determina a disposição gengival, bem como a manutenção do nível das papilas interdentais. Dentro de padrões de normalidade, a COA acompanha a junção cemento-esmalte (JCE), localizando-se, em média, à 1,5 mm deste marco anatômico.

Nos incisivos laterais superiores, a menor dimensão vestibulolingual no terço cervical faz com que a JCE, na face mesial, seja uma curva mais fechada e coronal (Figura 1), enquanto a JCE distal dos incisivos centrais apresenta uma curvatura mais aberta, cerca de 1 mm mais achatada que a mesial do lateral (Figura 2). Assim, a altura da crista óssea, bem como da papila entre incisivos centrais e laterais superiores, com o completo preenchimento da ameia cervical, evitando o espaço negro (black space), depende muito da face mesial (JCE) dos laterais.

A perda deste elemento acarreta sérios prejuízos para a manutenção do pico da papila mesial. O posicionamento tridimensional dos implantes poderá ter papel fundamental no resultado desejado ao substituir a raiz de um incisivo lateral superior perdido.

Combinando nossa experiência clínica e a literatura pertinente, as seguintes alterações no posicionamento de implantes nestes locais podem ser sugeridas: o longo eixo do implante e/ou do pilar protético deve ser direcionado à borda incisal da futura coroa, bem como uma suave distalização do implante no espaço edêntulo, permitindo uma morfologia de coroa restauradora com contorno cervical semelhante ao dente natural e mais espaço para a formação e condicionamento tecidual mesial.

Figura 1 – A junção cemento-esmalte da face mesial dos incisivos laterais apresenta uma curva mais fechada, cerca de 1 mm mais coronal que este marco anatômico na face distal dos incisivos centrais.
Figura 2 – A junção cemento-esmalte na face distal dos incisivos centrais apresenta uma curvatura mais aberta e achatada.
Figura 3 – Paciente com agenesia do incisivo lateral superior esquerdo (22). Após o tratamento ortodôntico finalizado, iniciou-se o planejamento cirúrgico para instalação de implante nesta região.
Figura 4 – Cirurgia guiada para instalação do implante osseointegrável na região do dente 22 (Maestro CM AR 3.5/11 mm – Implacil Osstem), com emprego do kit Implaguide (Implacil Osstem).
Figura 5 – Vista oclusal: perceba o posicionamento do implante e o longo eixo direcionado à borda incisal da futura coroa, e uma suave distalização no espaço edêntulo.
Figura 6 – Vista frontal e oclusal do pilar instalado em boca (pilar Ideale – Implacil Osstem). A distalização do implante oferece mais espaço para a formação e condicionamento tecidual mesial.
Figura 7 – Vista frontal da coroa cimentada em boca, com uma morfologia cervical semelhante ao dente natural e satisfatória formação tecidual mesial.

*Este artigo foi publicado na revista ImplantNews em 2025.

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