Cirurgia guiada com implante Maestro Superiore e cicatrizador personalizado impresso

Matéria da semana - Ulisses Dayube

Cirurgia guiada com implante Maestro Superiore e cicatrizador personalizado impresso

Por Ulisses Dayube

Introdução

A evolução das técnicas de cirurgia guiada aliada à personalização de componentes tem proporcionado precisão e previsibilidade nos procedimentos de reabilitação com implantes dentários. Este relato descreve um caso clínico com fratura vertical do dente 46, onde foi realizada exodontia minimamente invasiva, instalação de implante Maestro Superiore, da Implacil Osstem, com cirurgia guiada, uso de cicatrizador personalizado impresso e escaneamento indireto para confecção de coroa definitiva em zircônia fresada.

Materiais e métodos

O paciente apresentou fratura vertical mésio-distal no elemento 46. Foi planejada a exodontia minimamente traumática e instalação imediata do implante Maestro Superiore (Implacil Osstem) utilizando uma guia prototipada. Após a exodontia, o implante foi instalado seguindo o protocolo de cirurgia guiada. O GAP vestibular foi preenchido com o Extra Graft. Um cicatrizador personalizado impresso com haletas facilitadoras foi capturado com resina flow e instalado. Após 30 dias, foi realizado escaneamento indireto para obtenção do perfil de emergência, utilizando protocolo digital com sobreposição do cicatrizador escaneado para confecção da coroa definitiva em zircônia policristalina estabilizada por ítria.

Figura 1 – Situação clínica inicial mostrando a presença do dente 46 íntegro coronariamente.
Figura 2 – Radiografia periapical inicial evidenciando a fratura do elemento 46.
Figura 3 – Vista oclusal da fratura vertical mésio-distal no dente 46.

Figura 4 – Exodontia minimamente invasiva do elemento 46.
Figura 5 – Vista vestibular evidenciando a fratura extensa do dente 46.
Figura 6 – Guia cirúrgico prototipado posicionado para cirurgia guiada.
Figura 7 – Implante Maestro Superiore instalado no alvéolo do 46.
Figura 8 – Instalação do implante Maestro Superiore com guia em posição.
Figura 9 – Preenchimento do GAP vestibular com biomaterial Extra Graft.
Figura 10 – Captura do cicatrizador personalizado com haletas, utilizando resina flow.

Etapas de personalização do cicatrizador e escaneamento

Figura 11 – Cicatrizador personalizado impresso com haletas de retenção.
Figura 12 – Cicatrizador personalizado posicionado em boca sobre pilar provisório.
Figura 13 – Preenchimento do GAP entre cicatrizador e tecido com resina flow.
Figura 14 – Corte das haletas de captura após polimerização.
Figura 15 – Cicatrizador personalizado após acabamento e polimento.
Figura 16 – Instalação do cicatrizador personalizado em boca.
Figura 17 – Vista oclusal do cicatrizador instalado, observando adaptação tecidual.
Figura 18 – Controle clínico após 30 dias da instalação do cicatrizador.
Figura 19 – Perfil de emergência formado após 30 dias.
Figura 20 – Radiografia de controle após 30 dias da instalação do implante.

Escaneamento digital e reabilitação com coroa definitiva

Figura 21 – Escaneamento do cicatrizador personalizado em boca.
Figura 22 – Escaneamento do cicatrizador personalizado fora da boca.
Figura 23 – Escaneamento do perfil de emergência e das interproximais.
Figura 24 – Escaneamento do transfer digital.
Figura 25 – Desenho CAD da coroa definitiva em zircônia.
Figura 26 – Sobreposição digital entre o cicatrizador personalizado escaneado e a coroa final.
Figura 27 – Comparação do perfil de emergência da coroa final e do cicatrizador.
Figura 28 – Coroa definitiva fresada em zircônia policristalina.
Figura 29 – Coroa definitiva instalada em boca.
Figura 30 – Coroa definitiva com fechamento do orifício do parafuso.
Figura 31 – Radiografia periapical após instalação da coroa definitiva.

Discussão

A reabilitação imediata de áreas posteriores com implantes instalados no alvéolo pós-extração tem mostrado alta previsibilidade, especialmente quando associada a guias cirúrgicos prototipados e componentes personalizados. O uso de implantes com conexão cônica interna, como o Maestro Superiore (Implacil Osstem), proporciona maior estabilidade mecânica e melhor vedação bacteriana na interface implante/pilar, contribuindo para a manutenção óssea marginal1,2.

A aplicação de biomateriais como o Extra Graft no preenchimento do GAP tem por objetivo preservar o volume alveolar e otimizar a cicatrização3,4. Estudos apontam que o uso de biomateriais associados ao implante imediato resultam em menor reabsorção óssea horizontal e vertical5.

O uso de cicatrizadores personalizados, especialmente confeccionados por impressão 3D, tem ganhado destaque por permitir a conformação tecidual progressiva, facilitando a reprodução do perfil de emergência no fluxo digital6,7. A captura do cicatrizador com haletas de retenção com resina flow e seu posterior escaneamento são etapas críticas para assegurar a fidelidade da transferência do perfil de emergência e garantir um planejamento restaurador mais previsível8.

Neste caso, a sobreposição digital entre o cicatrizador escaneado e o desenho da coroa possibilitou comparar perfis de emergência com excelente adaptação clínica, contribuindo para um resultado estético e funcional adequado.

Considerações finais

A associação entre cirurgia guiada, biomateriais osteocondutores, componentes personalizados e fluxo digital completo permitiu uma reabilitação precisa, estética e minimamente invasiva do dente 46. O uso do cicatrizador impresso personalizado mostrou-se eficaz na preservação do perfil de emergência, otimizando a integração entre cirurgia e prótese. Essa abordagem representa uma tendência moderna na Implantodontia digital, com benefícios clínicos e biológicos evidentes para o paciente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2- Javed F, AlHezaimi K, Salameh Z, Almas K, Romanos GE. Provisional implant restorations: current clinical and technical concepts. J Esthet Restor Dent. 2011;23(6):307-315.

3- Araujo MG, Lindhe J. Dimensional ridge alterations following tooth extraction. An experimental study in the dog. J Clin Periodontol. 2005;32(2):212-218.

4- Darby I, Chen S, Buser D. Ridge preservation techniques for implant therapy. Int J Oral Maxillofac Implants. 2009;24 Suppl:260-271.

5- Baumer D, Zuhr O, Rebele S, Schneider D, Jung RE, Hürzeler MB. The socket-shield technique: first histological, clinical, and volumetrical observations after separation of the buccal tooth segment — a pilot study. Clin Implant Dent Relat Res. 2015;17(1):71-82.

6- Lin WS, Zandinejad A, Metz MJ, Harris BT, Morton D. Predictable restorative workflow for single-unit implant restorations. Int J Oral Maxillofac Implants. 2014;29(6):1346-1352.

7- Martin W, Pollini A, Morton D. The influence of restorative procedures on implant stability measurements during the healing phase. Clin Implant Dent Relat Res. 2014;16(2):294-301.

8- Tsukiyama T, Koyano K, Urano S. Influence of implant design and bone quality on stress/strain distribution in bone around implants: a 3-dimensional finite element analysis. Int J Oral Maxillofac Implants. 2006;21(5):766-772.

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