Dez passos para o sucesso de implantes em áreas estéticas

Dez passos para o sucesso de implantes em áreas estéticas

Duas ações de planejamento, cinco ações cirúrgicas e três protéticas podem minimizar as complicações dos tecidos moles e duros.

Um artigo interessante que eu tive acesso nos últimos dias diz respeito às chaves do sucesso para implantes unitários em áreas estéticas. Ele foi publicado recentemente pelos professores Robert A. Levine, Jeffrey Ganeles, Joseph Kan e Phil L. Fava. O conceito dos dez passos para implantes imediatos unitários em zona estética é um resumo baseado em evidências científicas para o planejamento e colocação de um implante no lugar de um dente condenado no sextante maxilar anterior superior. O conceito baseia-se, principalmente, na conversão de um biotipo periodontal fino para um espesso.

Na verdade, essas dez chaves compreendem duas ações de planejamento, cinco ações cirúrgicas e três protéticas. O objetivo é minimizar as complicações dos tecidos moles e duros para obter uma restauração ideal do implante estético em longo prazo.

Abaixo estão as dez chaves explicadas em detalhes:

1. Avaliação de risco estético
Esta avaliação é revisada com cada paciente e membro da equipe restauradora para determinar os critérios de risco estético específicos para a colocação de um implante imediato na zona estética.

2. Planejamento tomográfico (cone-bean) e plano de tratamento restaurador
Isso é feito para avaliar a espessura adequada da parede óssea vestibular e determinar a posição sagital da raiz do dente condenado, a forma alveolar e a posição planejada para a instalação do implante.

3. Extração dentária minimamente traumática
Realizado sem descolamento do retalho (se possível), com avaliação do estado da tábua óssea vestibular. Se esta tábua estiver intacta, pode-se prosseguir com o procedimento. Se a tábua não estiver intacta, o risco de recessão pós-operatória aumenta significativamente. A preservação do rebordo (alvéolo) ou a colocação postergada do implante podem, então, ser recomendadas.

4. Colocação tridimensional do implante em bom osso disponível
Apical a raiz extraída e palatinizado ao longo da parede óssea palatina remanescente. Isto ajuda a assegurar a posição aparafusada das restaurações provisórias e finais. Idealmente, um modelo de guia cirúrgico anatomicamente correto deve ser usado.

5. Uso de implantes mais estreitos (3,3 mm a 3.5 mm)
Isso garante pelo menos uma folga (gap) vestibular de 2 a 3 mm adjacente à parede vestibular íntegra.

6. Enxerto ósseo do gap vestibular
É feito com material ósseo mineralizado de baixa partícula e de baixa substituição. O mineral ósseo bovino desprotegido (DBBM) ou aloenxerto ósseo liofilizado (FDBA) pode ser usado.

7. Enxerto gengival na parte interna da gengiva vestibular, usando um enxerto de tecido conjuntivo subepitelial palatino, colocado sob o tecido marginal vestibular sob a parede vestibular intacta. Isso é feito para aumentar a gengiva existente, de modo que seja espessa o suficiente para a conversão do biótipo, evitando recessões e contrações teciduais indesejáveis nas áreas estéticas.

8. Execução imediata do perfil de emergência da futura prótese sobre o implante, para preservar os contornos dos tecidos moles peri-implantares, usando um perfil de emergência anatomicamente correto, com uma restauração provisória imediata aparafusada ou um pilar de cicatrização que pode ser personalizado.

9. Uma vez que a equipe esteja satisfeita com a estética dos tecidos moles desenvolvida no estágio provisório, uma impressão (moldagem) personalizada é usada para duplicar a zona de transição, que é replicada na impressão final e transferida para o modelo de laboratório.

10. Restauração final com coroa preferencialmente aparafusada
Se a retenção direta do parafuso não for possível, os pilares devem ser evitados, devido à dificuldade de remover o excesso de cimento das margens interproximais profundas. Um pilar personalizado com contornos anatômicos com uma interface de implante de titânio deve ser fabricado com a linha final de cimento facial a menos de 1 mm de circunferência. Se restaurações cimentadas forem estritamente necessárias, cimentos não resinosos radiopacos, usando uma quantidade mínima de cimento (ou seja, técnica de abutment de cópia), devem ser utilizados.

Este conceito de “conversão do biotipo periodontal” usando um enxerto de tecido conjuntivo subepitelial, seguindo essas dez chaves de sucesso, é um ponto crucial que pode melhorar as chances de obter um resultado estético em longo prazo. Até podemos discordar ou pular alguns dos passos, mas certamente é um check list muito interessante para as áreas estéticas. Vale a pena “pendurar” na parede do consultório para seguirmos esta receita de bolo e evitar muitos problemas.

Fonte: INPN