A remodelação da crista óssea marginal é multifatorial, sendo o seu esclarecimento considerado nos dias atuais como objetivo de pesquisas e estudos como os de Oh et al., 2002; Tatarakis et al., 2012, Lin et al. 2019, Chackartchi et al. 2019, Gehrke et al. 2019, Avila-Ortiz et al. 2020.
A ausência de uma espessura mínima de mucosa na região sobre a crista óssea periimplantar, pode interferir na qualidade do selamento biológico periimplantar, e também foi associada à maior acúmulo de placa, sangramento à sondagem, inflamação e recessão gengival. Esses achados sugerem que uma espessura da mucosa insuficiente poderia determinar uma dinâmica dos tecidos moles e duros em torno dos implantes dentários, que poderia causar um comprometimento do sucesso no tratamento a médio / longo prazo.
Independentemente da causa, a perda óssea marginal periimplantar (MBL) tem sido relatada como um processo que ocorre de forma semelhante aos tecidos periodontais, porém se caracterizando pela perda óssea crestal marginal após a instalação do implante, juntamente com o restabelecimento de um espaço biológico de uma faixa de mucosa protetora de tecido conjuntivo (Berglundh et al. 1991; Berglundh & Lindhe, 1996; Bengazzi et al. 1996).
No restabelecimento desse novo espaço biológico, o fenótipo do tecido mole seria considerado um fator crucial na manutenção da estabilidade óssea ao longo do tempo (Puisys & Linkevicius, 2015).
Embora tenha sido demonstrado que a presença de 2.0 mm de gengiva queratinizada, com pelo menos 1.0 mm de gengiva inserida, desempenharia um papel importante na manutenção da saúde periodontal em torno da dentição natural (Lang & Loe, 1972), a importância da largura da mucosa queratinizada (KMW) em torno dos implantes dentários ainda tem permanecido como uma questão controversa (Greenstein & Cavallaro, 2011; Mehta & Lim, 2010).