Manutenção do espaço biológico e sua importância na preservação da crista óssea periimplantar: parte 2. Influência da altura da cinta do abutment.

Matéria da semana - Luiz Carlos Zanatta e Ricardo de Paula Fernandes

Manutenção do espaço biológico e sua importância na preservação da crista óssea periimplantar: parte 2. Influência da altura da cinta do abutment.

O sucesso do tratamento com implantes osseointegráveis não depende exclusivamente da osseointegração, mas também da preservação dos resultados estéticos e mecânicos alcançados, evitando o aparecimento de complicações tardias (Buser et al, 1990; Papaspyridakos et al, 2012).

Diversos trabalhos são encontrados na literatura, mostrando que fatores como o tipo de conexão protética, a frequente remoção de componentes, a espessura de mucosa e a altura de cinta dos componentes protéticos, influenciam esse processo.

Piatelli et al 2003 observaram que a reabsorção é diminuída com o aumento da distância entre a crista óssea marginal e a área de inflamação induzida por bactérias no microgap pilar/coroa, demonstraram também que essa remodelação não depende do carregamento precoce ou imediato dos implantes ou da inserção imediata após a extração.

Segundo Galindo et al em 2016 e Vervaeke et al em 2014, implantes reabilitados com abutments com cintas maiores que 2 mm, resultaram em uma perda óssea marginal de menor intensidade.

O uso de abutments, com cintas longas (≥ 2 mm), parece ser mais efetivo em prevenir a perda óssea marginal, principalmente quando utilizados com implantes de plataforma switching. Isso ocorre provavelmente devido à ação sinérgica entre a diferença vertical e a diferença horizontal, fato esse melhor observado quando este tipo de plataforma é comparada com implantes de plataforma regular (Spinato et al., 2018).