Passo a passo da moldagem de protocolo sobre Mini Cônico

Matéria da semana - 17-07-23 - Nathalia Pereira Censi Stapani

Passo a passo da moldagem de protocolo sobre Mini Cônico

Sabe-se que para uma correta adaptação e passividade das próteses sobre implantes, a etapa de moldagem é de extrema importância para o sucesso da reabilitação dos implantes osseointegrados. Nos casos em que não há um correto assentamento, o afrouxamento ou fratura dos parafusos de retenção pode acontecer1.

Para a realização do processo de moldagem de próteses múltiplas, como as do tipo protocolo de Brånemark, os transferentes quadrados de moldeira aberta, associados à moldagem com silicone de adição, têm mostrado melhores resultados quando comparados aos transferentes cônicos (de moldeira fechada) e ao uso de poliéter ou alginato como material de moldagem1,2.

Durante o processo de moldagem, a união dos transferentes quadrados de moldeira aberta é recomendada para minimizar o movimento destes dentro do conjunto moldeira/material de moldagem. A união dos transferentes pode ser realizada utilizando-se resina acrílica de baixa contração, resina composta fluída ou resina bisacrílica sobre fio dental3.

O objetivo deste artigo é exemplificar as etapas da moldagem para uma prótese múltipla tipo protocolo maxilar com quatro implantes.

Após a instalação dos Mini Cônicos sobre os implantes osseointegrados, devemos selecionar uma moldeira de estoque plástica que melhor se adapte à arcada do paciente. Com o auxílio de uma broca maxicut, devemos recortar a moldeira para que todos os parafusos dos transferentes dos Mini Cônicos fiquem expostos durante o ato da moldagem.

Com a moldeira já selecionada e recortada, devemos fazer a instalação dos transferentes quadrados de moldeira aberta com o auxílio da chave de instalação 1,71, e uma radiografia dos transferentes deve ser realizada para garantir a adaptação destes nos Mini Cônicos.

Feito isso, devemos utilizar o fio dental para iniciar a união dos transferentes, começando pelo último implante de um dos lados e fazendo o movimento de zigue-zague, até que todos os transferentes estejam entrelaçados. O fio dental deve ser colocado na área retentiva presente no corpo do transferente.

Com o fio dental já transpassado, devemos fazer a união com a resina de escolha. Neste caso, optou-se por utilizar resina acrílica de baixa contração, mas poderíamos ter optado por fazer a união com resina composta fluída.

Para minimizar os efeitos da contração de polimerização da resina, devemos romper a união entre todos os transferentes com uma ponta diamantada de alta rotação de espessura fina (2200 ou similar).

Com as tensões já reduzidas, realizamos novos pontos de união com a mesma resina composta e, só então, os transferentes estão unidos para realizarmos a moldagem.

O silicone de adição ou condensação denso (pasta base e catalisadora) é manipulado com o uso de luvas nitrílicas para não haver interação com a luva de látex. A moldeira aliviada deve ser carregada. O silicone leve deve ser dispensado em toda a região dos transferentes, entre a união e o rebordo e na moldeira já carregada com o silicone denso.

Se optarmos por utilizar o silicone de condensação, devemos utilizar a seringa de moldagem de elastômero para levar o silicone fluído na boca e garantir a cópia do rebordo.

A moldeira deve ser levada em posição, tomando o cuidado para que o excesso de silicone sobre os parafusos dos transferentes seja removido, de forma que fiquem expostos para que possam ser acessados para remoção.

Após a completa polimerização do silicone, devemos desparafusar os transferentes e retirar a moldeira da boca com o conjunto transferentes/resina composta inseridos no interior do molde.

Os análogos devem, então, ser parafusados sobre os transferentes de forma cuidadosa para evitar a movimentação dos componentes inseridos na moldagem e o conjunto moldeira/transferentes/análogos deve ser enviado ao laboratório para obtenção do modelo em gesso tipo IV com gengiva artificial.

Sobre esse modelo, o técnico em prótese dentária irá confeccionar a base de prova com plano de cera para o relacionamento maxilomandibular e, posteriormente, a montagem dos dentes, barra e acrilização da prótese múltipla do tipo protocolo.

REFERÊNCIAS

1- ZUIM, PRJ; SOUSA, V; GARCIA, AR; PELLIZZER, EP; ROCHA, EP. Alterações Dimensionais Lineares em Modelos de Gesso na Moldagem de Transferência em Relação a Esplintagem dos Transferentes, Material de Moldagem e Paralelismo de Implantes. Revista de Odontologia da UNESP. São Paulo, v.31, n.1, 25-37, jan./jun. 2002.

2– HERMAN, B; DUMBRIGE, DDM; DINCER C; FURUN, DMD; NIKZAD, SJ. Prefabricated Acrylic Resin Bars For Slpinting Implant Transfer Copings. J. Prosthet Dent 2000;84:108-10.

3– CONTESINI, G; HIRAMATSU, DA; FUKUOKA, GL; DA SILVA, EVF. União de Transferentes com Resina Bisacrílica Para Moldagem de Implantes: Relato de Caso. Implantnews 2023;8(1):92-7.

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