A reabilitação das maxilas atróficas exige do profissional, além de destreza, conhecimento anatômico, técnica cirúrgica e planejamento reverso.
Além de volume ósseo reduzido, as vezes inexistente para instalação de implantes convencionais, o osso maxilar quase sempre apresenta-se com baixa densidade nas maxilas atróficas.
A literatura nos mostra que a remodelação óssea se faz em todas as dimensões, ocasionando assim, atrofia em 3D do terço médio da face.
Associado a isso, a relação maxilo/mandibular e a dificuldade em colocar os implantes em posição ideal para a reabilitação protética, a biomecânica da prótese quase sempre se mostra desfavorável.
É muito importante visualizar a reabilitação protética antes do procedimento cirúrgico. Para tanto, é fundamental o planejamento reverso que nos indicará a posição ideal para a colocação dos implantes, bem como a estética e função. A visualização antecipada da reabilitação protética se fará através do guia multifuncional.
Reconhecer o polígono de Roy é preponderante para o sucesso biomecânico e longevidade da reabilitação.
O Pilar Z é indicado como alternativa às Fixações Zigomáticas (FZ) para a reabilitação das maxilas extremamente atróficas. A técnica Facco dita que a ancoragem dos implantes no osso zigomático deve ser mais baixa em relação as FZ e se utiliza de implantes convencionais Due Cone de 13/15/17 mm X 3.5/4.0 mm, inseridos em plano paralelo ao longo eixo do zigoma. Portanto, menos invasiva e com riscos menores.
Porém, nem por isso requer menor curva de aprendizado do operador, exigindo assim um estudo minucioso antecipado do caso.
Relataremos a seguir protocolo de dois planejamentos reversos que nos têm pautado, cujos quais conseguimos minimizar as intercorrências, tornando assim, uma abordagem cirúrgica e protética mais previsível.
Protocolo Planejamento Reverso
1- Confecção do guia multifuncional;
2- Imagens e modelos: TC maxila estendida, se possível compatíveis com programas digitais (Dental Slice, ImplantViewer, ICat Vision e outros);
3- Impressão de prototipagem;
4- Análise do biotipo facial: dolicofacial (zigoma com pequeno volume), braquifacial (zigoma com grande volume) e mesofacial (zigoma proporcional em volume);
5- Análise da altura do rebordo alveolar remanescente. Dependendo da altura do remanescente, a angulação da entrada no zigoma poderá ser alterada com risco de trepanação. Requer do cirurgião-dentista destreza para correção da fresagem;
6- Análise da espinha nasal. Dependendo da sua anatomia, haverá necessidade de osteotomia para corrigir a angulação de entrada no zigoma. Requer do cirurgião-dentista habilidade para a correção da fresagem e para evitar a trepanação;
7- Simulação da instalação dos Pilares Z em biomodelo. Facilita a instalação durante o procedimento cirúrgico, altura, inclinação, local de osteotomia; quando necessário, posição da plataforma do implante, acomodação do implante no nicho da osteotomia
Caso 1 – Híbrido: dois Pilares Z e dois implantes convencionais
Caso 2 – Protocolo com quatro fixações
Montagem do Pilar Z
A montagem do Pilar Z exige do cirurgião-dentista habilidade e curva de aprendizado. Nem sempre se consegue adaptar o Pilar Z sem interferências ósseas. Por essa razão, adotamos uma rotina de instalação dos pilares na prototipagem, simulando assim, uma situação muito próxima do real no procedimento cirúrgico.
Desta forma, pode-se observar possíveis contatos ósseos no corpo da maxila ou do zigoma que não permitam o assentamento passivo do Pilar Z.
Conseguimos orientar a plataforma do Pilar Z através da chave de alinhamento, para assentamento passivo da prótese. A visualização do local de emersão do Pilar Z junto ao rebordo alveolar nos indicará onde realizar a osteotomia para confeccionar o “nicho” que abrigará a plataforma do mesmo.
O Pilar Z tem três segmentos:
A) implante Due Cone; B) Cone Morse com parafuso em forma de Z; C) braço com rosca, porca de fixação e plataforma hexagonal.
Dois tamanhos de Pilar Z são fornecidos pela Implacil De Bortoli: Pilar Z CM (curto) e Pilar Z Longo CM. Serão selecionados de acordo com a distância implante/rebordo alveolar para cada caso.
Na simulação no biomodelo, os torques no parafuso do Cone Morse (15N) e na porca (20N) na junção entre o segmento B e C, deverão ser obtidos só para estabilizar o Pilar Z.
Importante que na montagem em boca, no torque da rosca que une os segmentos B e C (80 N), o parafuso fique 1/5 do seu diâmetro (aproximadamente 3 a 4 roscas), para dentro do tubo do segmento B.
O torque na montagem durante a instalação dos pilares em boca será de 30N no parafuso do Cone Morse e 80N na porca que une os segmentos B e C. (Técnica Facco).
O posicionamento, junto ao rebordo alveolar, das plataformas dos Pilares Z, deverá ser aproximadamente próximo ao 16/26 para distais e próximo ao 12/21 para mesiais, configurando assim o polígono de Roy.
Conclusão
A Implantodontia moderna exige do profissional previsibilidade. O planejamento reverso de cada caso, seja de forma analógica ou digital, mostra-se uma ferramenta obrigatória na prática diária do implantodontista.
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