Prótese sobre implante: parafusada ou cimentada?

Prótese sobre implante: parafusada ou cimentada?

Por Diego Klee, Rodrigo Baumgardt Barbosa Lima e Edson Medeiros de Araújo Junior

Existem duas possibilidades para a retenção final das próteses sobre implantes: cimentadas ou parafusadas. Em geral, a escolha se baseia na preferência do profissional, bem como na situação clínica. Para definir o tipo de retenção, o protesista deve conhecer as características, indicações, vantagens e desvantagens de cada uma dessas opções, objetivando solucionar da melhor forma os casos clínicos.

A literatura mostra vantagens e desvantagens em relação a cada opção. A grande vantagem das próteses cimentadas é a integridade da superfície oclusal ou palatal/lingual, que favorece sua aparência e funcionalidade. Nas próteses parafusadas, o orifício de acesso ao parafuso pode prejudicar a estética e interferir nos contatos oclusais cêntricos e nos movimentos excêntricos de lateralidade e protrusão.

É importante salientar o benefício da reversibilidade, que permite a remoção/recolocação da prótese, vantagem que a prótese parafusada apresenta sobre a cimentada, permitindo a avaliação de próteses e implantes, sua higienização ou reparos, se necessário. Entretanto, a irreversibilidade apresentada na técnica de cimentação pode ser amenizada com o eventual uso de cimentos temporários. Além disso, excessos de cimentos residuais das próteses cimentadas podem atuar como fator predisponente ao desenvolvimento de mucosites e peri-implantites.

Não há consenso sobre qual sistema de retenção é superior. A escolha da prótese cimentada ou parafusada deve ser tomada pela preferência do profissional, amparado pela Ciência e por sua experiência.

Recentemente, a indústria lançou novos componentes protéticos que oferecem a versatilidade de escolher prótese cimentada ou parafusada com a mesma conexão protética. Esta revolução é um grande avanço para as próteses sobre implantes, ao permitir maior liberdade ao profissional.

No caso apresentado a seguir, a reabilitação protética do elemento 22 utiliza o mesmo componente protético (Ideale, Implacil De Bortoli), valendo-se das vantagens da prótese parafusada na fase de transição (coroa provisória) e dos benefícios da prótese cimentada na coroa final (coroa cerâmica).

Figuras 1 – A) Vista frontal dos incisivos superiores. Paciente com histórico de avulsão do elemento 22. Foi realizada a instalação de implante osseointegrado (Maestro 3,5/11 mm, Implacil De Bortoli).
B) Implante Maestro.
Figuras 2 – Pilar protético sólido de corpo único, indicado tanto para próteses cimentadas quanto parafusadas (Pilar Ideale, Implacil De Bortoli).
Figura 3 – Corpo de escaneamento (transfer digital Exocad, Implacil De Bortoli) posicionado sobre o pilar protético Ideale, possibilitando o escaneamento intraoral (Cerec AC Omnicam, Dentsply Sirona).
Figuras 4 – A coroa de transição CAD/CAM foi confeccionada em PMMA com a técnica de retenção parafusada, o que agiliza sua remoção e recolocação sem a necessidade de cimentos temporários.
Figuras 5 – A coroa cerâmica final foi planejada para ser cimentada. A infraestrutura foi confeccionada em zircônia tetragonal estabilizada por ítria (Y-TZP) com cerâmica feldspática de recobrimento (TPD Karina Nunes Pessoa).
Figura 6 – A grande vantagem das próteses cimentadas é a integridade da superfície palatal, que favorece a estética e a função, além do conforto ao paciente pela semelhança com os dentes naturais.
Figura 7 – Coroa cerâmica posicionada em boca. Observe a perfeita interação com os tecidos moles e com os dentes naturais da paciente.

* Este artigo foi publicado na revista ImplantNews em 2022.


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