Reabilitando a região de molares inferiores

Marwco Bianchini

Reabilitando a região de molares inferiores

Por Marco A. Bianchini

Nos primórdios da Implantodontia o foco estava nos desdentados totais com a realização de protocolos. A medida em que a Implantodontia foi evoluindo, passou-se a utilizar os implantes em regiões específicas, com a falta de um ou alguns poucos dentes. A região de pré-molares e molares inferiores se enquadrou bem nestas indicações, uma vez que muitos pacientes tinham os seus dentes anteriores inferiores hígidos e usavam próteses removíveis para reabilitar a região posterior de mandíbula.

O grande problema na região de molares inferiores é a disponibilidade óssea em altura, uma vez que, na maioria dos casos, o nervo alveolar inferior limita a inserção de implantes com dimensões adequadas. Dessa forma, a reabilitação dessa área posterior de mandíbula se dava através da colocação de implantes na região dos pré-molares, estendendo-se um ou dois elementos suspensos para a região de molares. Obviamente que, em muitos casos, onde temos disponibilidade óssea em altura, pode-se perfeitamente colocar implantes na região dos molares.

Um outro problema frequente na reabilitação de molares inferiores é o espaço interoclusal. Em muitos casos, os dentes posteriores superiores antagonistas já extrusionaram um pouco, devido a falta dos inferiores e isso limita bastante a realização adequada das coroas sobre implantes nestas áreas. Contudo, mesmo com estas limitações, ainda nos deparamos com situações favoráveis, onde pode-se perfeitamente reabilitar a área de molares inferiores com implantes e coroas unitárias. As figuras 1 a 4 ilustram um caso com estas características.

Figura 1 – Cortes tomográficos da região de molares inferiores direito. Observar a presença já de um implante na região equivalente aos elementos 45/46. Observar também a boa disponibilidade óssea na região.
Figura 2 – Imagens clínica e radiográfica da cirurgia de colocação de dois implantes Cone Morse Maestro (Implacil Osstem – São Paulo – Brasil) e a regeneração óssea guiada com hidroxiapatita bovina mais colágeno tipo 1 (Extra Graft – Implacil Osstem – São Paulo – Brasil), recobertos por uma membrana de colágeno.
Figura 3 – Imagens clínica e radiográfica no momento da colocação das coroas sobre os implantes 46 e 47 – Cone Morse Maestro (Implacil Osstem – São Paulo – Brasil). Observar a normalidade do tecido ósseo peri-implantar.
Figura 4 – Imagens clínica e radiográfica no controle de quatro anos após a colocação dos implantes. Observar a normalidade óssea peri-implantar e a boa incorporação do enxerto ósseo (Extra Graft – Implacil Osstem – São Paulo – Brasil).

Conclusão

O caso clínico apresentado aqui demonstra uma situação óssea bastante favorável, que possibilitou a instalação de implantes imediatos (no mesmo momento das exodontias). Mesmo assim, ainda houve a necessidade de se compensar para mesial as coroas protéticas dos últimos molares, em função já do posicionamento do implante mais antigo na região do 45/46, que dificultou a colocação dos outros implantes em uma posição exata onde existiam os dentes. De qualquer forma, conseguimos realizar a reabilitação em um tempo mais curto, devido às “facilidades” ósseas que o caso apresentou.

A região posterior de mandíbula (pré-molares e molares) geralmente é reabilitada com próteses fixas retidas por dois a três implantes. Acredito que, quando o caso nos permitir, é mais prudente se reabilitar esta área com implantes e próteses unitárias, que facilitam o controle de placa e nos dão uma melhor chance de reversibilidade, caso tenhamos algum problema.

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