Roos-Jansåker AM, Pesson GR, Lindahl C, Renvert S.
J Clin Periodontol. 2014 Sep 8. doi: 10.1111/jcpe.12308. [Epub ahead of print]
Histórico e objetivo
O tratamento da periimplantite é um procedimento de difícil execução, pois as características das superfícies dificultam o acesso e o total debridamento do implante e torna o tratamento altamente imprevisível. Além disso, o simples debridamento da superfície não permite o reparo do tecido ósseo perdido. Dessa forma, tem sido sugerido que o tratamento da periimplantite com retalho a campo aberto e posterior inserção de biomateriais pode apresentar melhor resultado do que o tratamento periimplantar não cirúrgico.
O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da terapia regenerativa com inserção de biomateriais associado ou não a utilização de membranas reabsorvíveis para o tratamento de periimplantite após 5 anos de acompanhamento.
Material e métodos
Esse estudo longitudinal prospectivo contou com a participação de 25 pacientes após 5 anos dos procedimentos cirúrgicos, sendo que 12 pacientes com 22 implantes eram do grupo biomaterial (Algipore) aplicado de forma isolada, e 13 pacientes eram do grupo que foram tratados com a associação do mesmo biomaterial recoberto com membrana reabsorvível. Os implantes considerados doentes deveriam apresentar perda de inserção maior que 2mm após o primeiro ano em função com sangramento ou supuração a sondagem.
Os pacientes foram avaliados com relação ao número de roscas sem osso e o nível da plataforma do implante até o topo de crista óssea por meio de análise radiográfica e foram analisados clinicamente com relação ao índice de placa, sangramento e supuração a sondagem, nível clínico de inserção no período baseline (dia da cirurgia) e após 1 e 5 anos do procedimento cirúrgico.
Resultados
Foi verificado melhora clínica e radiográfica em todos os implantes após 5 anos de acompanhamento e nenhum implante foi perdido devido a progressão da periimplantite. Foi verificado uma redução da profundidade de bolsa de 3.0 mm ± 2.4 mm no grupo biomaterial e de 3.3 mm ± 2.09 mm no grupo biomaterial associado a membrana. Com relação ao preenchimento do componente infra-ósseo do defeito foi verificado uma redução de 1.3mm ± 1.4 mm no grupo biomaterial e uma redução de 1.1 mm ± 1.2 mm no grupo biomaterial associado à membrana.
Conclusão
As melhorias clínicas obtidas após um ano dos tratamentos se mantiveram estáveis após 5 anos em casos mantidos sob manutenção. A utilização da membrana reabsorvível não adicionou nenhum efeito à utilização de biomateriais no preenchimento dos defeitos ósseos periimplantares.