Protocolo em PMMA

Matéria da Semana Rodrigo Cunha

Protocolo em PMMA

Por Rodrigo Cunha

O fluxo digital na Odontologia tem nos proporcionado um avanço constante nos materiais e técnicas para realizarmos reabilitações com mais precisão, com uma velocidade maior, com uma diminuição no tempo clínico, com aumento na comunicação com o laboratório e com o paciente.

Nos últimos anos temos presenciado a evolução dos materiais para o fluxo de trabalho do CAD/CAM, principalmente no que tange às próteses metal free. Tanto para os materiais para fresagem (redução), quanto para o processo de impressão (adição). No fluxo de confecção dos trabalhos nas fresadoras, os materiais metal free tornam-se a primeira escolha, pois a fresagem do metal em relação ao custo de produção acarreta em um custo mais elevado, principalmente na confecção de próteses do tipo protocolo. Outro fato importante é a tendência do mercado em relação aos materiais sem a presença de metal, os quais podem sofrer o processo de oxidação e liberação de íons metálicos no periodonto marginal e até mesmo por via sistêmica.

A tecnologia CAD/CAM tem nos proporcionado através da moldagem digital (escaneamento – CAI) trabalharmos em softwares de design, os quais podemos incluir ambos os arcos, a mordida e imagens 2D e 3D da face do paciente. Com isso, a quantidade de informações neste fluxo digital superou em muito a velocidade da produção, bem como a diminuição do “ruído” com o laboratório e com o paciente.

O fluxo digital nos possibilita imagens do rosto do paciente, plano bipopilar, plano oclusal, linha média, corredor bucal, exposição dos incisivos junto ao lábio e o formato do rosto do paciente. Todas essas informações dentro do software nos proporciona uma reabilitação parcial ou total pronta para ser fresada com provas do trabalho em ambiente digital sem a presença do paciente.

No fluxo analógico, no caso de uma prótese do tipo Protocolo, não temos como incluir as informações do fluxo digital mencionadas acima. Neste fluxo de trabalho teremos uma quantidade muito maior do tempo clínico envolvido com o paciente, como moldagem, prova do roldete para tomada de dimensão vertical, montagem no articulador, prova da barra, prova dos dentes e ajuste do posicionamento dos dentes em relação aos planos.

A produção das próteses do tipo protocolo metal free no fluxo do CAD/CAM pode ser executada através de dois materiais fresados: protocolo em zircônia e protocolo em PMMA (polimetilmetacrilato).

Os protocolos em zircônia e PMMA são todos desenhados no software Dental Cad (Exocad ou similar), e através das imagens da face do paciente podemos validar e executar o trabalho somente com provas virtuais em um aplicativo. Após a aprovação, o trabalho pode ser fresado e entregue ao implantodontista.

A zircônia tem apresentação em forma de discos sólidos que são fresados, podendo ser monocromáticos ou policromáticos (multilayer), sendo que podem ser maquiadas de forma extrínseca. Uma vez fresado o trabalho, o mesmo se encontra pronto para a instalação. A desvantagem do protocolo de zircônia é que tem um custo mais elevado, semelhante a metalocerâmica, e pode ocorrer fratura, principalmente em extremo livre.

A prótese em PMMA segue o mesmo fluxo de confecção no CAD (software de desenho), porém ela tem vantagens sobre a zircônia, principalmente em ralação ao custo. Esse tipo de reabilitação custa, aproximadamente, o mesmo valor do que a prótese Protocolo metaloplástica (protocolo acrílico).

O PMMA é uma resina termoplástica produzida na indústria. Para fresagem de próteses do tipo Protocolo tem apresentação em forma de discos, que também podem ser sólidos, mono ou policromáticos. Tem uma boa translucidez, boa fluorescência, é estável, a polimerização já vem de fábrica, boa rigidez e dureza, tem alto peso molecular, ausência de bolhas, resistência a flexão, tem estabilidade de cor, possui discos com várias cores, não há deslocamento ou soltura de dentes (é um sólido) e pode ser utilizado em cantiléver curto.

Figura 1 – Características do PMMA.
Figura 2 – Propriedades físicas e de resistência do PMMA.

Mostraremos um caso de protocolo definitivo fresado em PMMA, o qual foi escaneado (CAI) e o desenho e projeto foram produzidos no software Dental Cad, da Exocad. O paciente foi operado com cirurgia guiada e foram instalados implantes Maestro, e sobre eles foram instalados pilares Minie Micro-cônicos na região anterior.

No momento do escaneamento unimos todos os scan body a fim de termos uma moldagem digital mais precisa e fiel. Após a remoção do conjunto de scan body unidos, produzimos um índex analógico com a finalidade de confirmar a passividade do trabalho.

O Design da prótese foi realizado sobre o link Base T de Mini e Micro-cônicos extraídos da biblioteca do Dental Cad.

Figura 3 – Transferente digital ou Scan Body de Mini-cônico.
Figura 4 – Link Base T de Mini-cônico.
Figura 5 – Transferentes de Mini e Micro-cônico instalados em boca.
Figura 6 – União dos Scan Body com resina Pattern.
Figura 7 – Alívio da resina para atenuar a contração para produzir o índex analógico para conferência da passividade.
Figura 8 – União dos alívios com resina Pattern.
Figura 9 – Design da prótese Protocolo em PMMA no Dental Cad.
Figura 10 – Design da prótese Protocolo em PMMA no Dental Cad.
Figura 11 – Modelo impresso com os análogos.
Figura 12 – Modelo impresso com os análogos.
Figura 13 – Modelo impresso com os links de cimentação Base T de Mini e Micro-cônico.
Figura 14 – Modelo impresso com os links de cimentação Base T de Mini e Micro-cônico.
Figura 15 – Modelo impresso com os links de cimentação Base T de Mini e Micro-cônico.
Figura 16 – Esquema da prótese sobre os links de cimentação Base T sobre os Mini e Micro-cônicos.
Figura 17 – Modelo impresso com os análogos e o índex para certificação da passividade.
Figura 18 – Modelo de gesso com os análogos (índex) para certificação da passividade do protocolo em PMMA.
Figura 19 – Modelo impresso certificando a passividade do protocolo em PMMA.
Figura 20 – Modelo impresso certificando a passividade do protocolo em PMMA.

Após a prova da prótese em PMMA no índex, no modelo e em boca, realizamos o jateamento com óxido de alumínio para aumentar a união dos links e da parte interna onde fica em contato com os Base T. A cimentação foi realizada com o sistema adesivo Relyx Universal juntamente com o adesivo Scotchbond Universal Plus, aplicado tanto no PMMA e nos links de cimentação Base T.

Figura 21 – Protocolo em PMMA.
Figura 22 – Protocolo em PMMA com os links Base T.
Figura 23 – Visão oclusal dos Mini e dos Micro-cônicos.
Figura 24 – Visão oclusal da prótese Protocolo instalada.
Figura 25 – Visão vestibular da prótese Protocolo instalada.
Figura 26 – Visão vestibular da prótese Protocolo instalada em oclusão.
Figura 27 – Aspecto estético da prótese Protocolo instalada.
Figura 28 – Aspecto estético: inicial e final.
Figura 29 – Raio-x panorâmico de controle.

A realização do controle radiográfico foi realizado após a cimentação para avaliar a passividade da reabilitação com os componentes e com os links de cimentação Base T e a prótese Protocolo.

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